sexta-feira, 31 de março de 2017

CHARME VERMELHO
Gabi quer usar estilo, brincadeiras e energia para estrear com tudo e ser aprovada no exame da Vermelha


                                                                                                                              Foto: Vinícius Teixeira


Bruno Trindade 
Dona de um estilo único, que mistura, charme, brincadeiras e alto astral, Gabriella Damasceno Guimarães, a Gabi, que é professora na unidade do Pé Descalço Eldorado, irá participar, neste sábado, do seu primeiro exame da Vermelha.

Apesar do debute, ela quer usar a sua personalidade na dança para chamar a atenção de todos, se sobressair e ser aprovada. Ela afirma que ficará muito nervosa e que vai se emocionar demais. Entretanto, ela quer esquecer a pressão de estar sendo examinada, curtir o seu momento no maior exame da escola e fazer com que todos possam curtir esse momento junto com ela.

Em um bate-papo descontraído com o blog do PD Eldorado, Gabi fala sobre suas expectativas, sobre sua preparação, sobre os objetivos de ser Vermelha e sobre o que está preparando para impressionar no seu primeiro exame da Vermelha. 



Como você entrou no Pé Descalço?
O Caio Cotta chamou a minha irmã para fazer uma aula experimental, mas a minha irmã é muito tímida. Aí ela falou: ‘você vai comigo’. Viemos e desde então continuamos as duas juntas... e animadas (risos).

Já gostava de dançar? Gostava de forró?
Eu nunca tinha escutado forró, mas eu já gostava de dançar. Nada sério, mas gostava bastante. Só dançava em festas e brincava em casa.

Como foi quando ficou sabendo do sistema de colares do Pé Descalço?
Deu um nervosismo no coração né?! Porque avaliação nem sempre é uma coisa boa. No primeiro exame que eu fiz, eu fui reprovada, da Branca pra Azul. E eu fiquei... nossa, sou muito ruim. Eu não gostei disso. Primeiro, eu achava que podia ter passado, mas depois achava que não porque eu não tinha ritmo. Então, eu ficava toda confusa sobre isso. Mas depois que eu conversei com o examinador e eu vi que acabou sendo uma coisa boa, porque você não passa pra próxima roda sem ter certeza daquilo que você sabe. Sempre dá um nervosismo ao fazer os exames, mas eu sempre achei bem bacana.


 Foto: Vinícius Teixeira

Imaginava chegar tão longe?
Nada (risos). Quando a gente entra no PD, a gente fala: se eu chegar até a Preta está bom. Aí, quando você chega à Preta, vai fazer exame pra Preta Avançada e não acredita que vai passar. E quando passa, vai fazer o Pré-Exame. Vai que sai alguma coisa?! E você vai indo e seguindo o fluxo.

O que mudou na sua vida após entrar no Pé Descalço?
Companhias, programas novos que a gente vai tendo, amizades diferentes, vínculos maiores com as pessoas. E mudou também a minha maturidade porque dentro do PD a gente tem uma proximidade muito grande com muita gente. Somos “obrigados” a conviver com várias pessoas diferentes. Então, você aprende a ter maturidade pra saber reconhecer o que é bom pra você e o que não é, aprende a lidar com pessoas que são completamente diferentes de você, que tem vidas totalmente diferentes da sua. Acho que isso foi o que mais mudou: a maturidade.

Dá pra apontar nesses mais de quatro anos que você está aqui qual foi o momento mais feliz?
Um dos momentos mais felizes foi quando falaram os nomes da minha irmã e o meu como aprovadas para a Preta Avançada. Na verdade, o meu nome nem tanto. O que me deu um biziuzinho na cabeça foi o nome da minha irmã, que me deixou tipo assim: aí meu Deus, a minha irmã conseguiu, ela está lá, ela brilha e ela é linda (risos). As conquistas não só minhas, mas conjuntas com as da minha irmã foram o que mais me fizeram feliz no Pé Descalço. A outra coisa que mais me fez feliz foi quando falaram o nome da Luísa Martins e depois o meu como aprovadas para o exame da Vermelha. Passamos juntas. Agora, vou contar uma historinha (risos). Eu e a Luísa, em todos os exames que as duas passaram, passamos juntas na mesma rodada. Eu pegava um examinador e ela estava no examinador ao lado, ou dois à frente. Então, a gente fez os exames juntas e passávamos juntas em todos os exames praticamente. Só no penúltimo Pré-Exame, que ela passou e fez o exame da Vermelha que não foi assim, mas todos os outros foram iguais, passamos juntas e vamos continuar juntas.

                                                                                Foto: Reprodução / Facebook


O que os exames representam pra você?
Representam muito a sua evolução, principalmente. Se você evoluiu, ou não evoluiu, o que você evoluiu, ou o que você deixou de evoluir, além de pequenas conquistas dentro da escola. Você começa a criar metas a partir dos exames, que viram pequenas conquistas mesmo. Pra algumas pessoas é uma coisa muito legal, do caralho. E pra outras pessoas é apenas legal. Mas a maioria pega como um êxtase mesmo, uma conquista muito grande aqui dentro.

Quantas reprovações você teve?
Fui reprovada uma vez da Branca pra Azul, duas vezes da Preta pra Preta Avançada e duas vezes no Pré-Exame.

Qual a principal dificuldade de se fazer o Pré-Exame?
Você dançar ao invés de você querer mostrar o que você sabe. Quando você está fazendo um exame, você quer mostrar que você sabe fazer determinadas coisas, e chega um momento no Pé Deslcaço que você não tem mais que provar para as pessoas que você sabe ou deixa de saber alguma coisa, que você sabe fazer um giro em linha, por exemplo. Chega um momento que você tem que mostrar que sabe dançar, que sabe como curtir aquilo ali. E acho que isso falta muito na gente quando vamos fazer o Pré-Exame. Pensamos muito na nossa avaliação, que temos que mostrar tudo aquilo que a gente sabe, mostrar até o que a gente não sabe pra provar que a gente é bom. E eu não vejo assim. Você tem que dançar por você, mostrar que você gosta da sua dança e que você consegue dançar sem atrapalhar nada, fazendo a dança fluir bem.

Você acha que foi isso que fez você passar?
Acho que foi por me curtir mais com a minha dança, aceitar os pontos que eu gosto de brincar e os pontos que não são tão interessantes assim pra mim. E eu posso aprender, claro, eu posso saber fazer, mas eu posso não vou gostar de fazer na minha dança. É saber reconhecer o que eu gosto e o que eu não gosto.


  Foto: Reprodução / Facebook

Esperava passar?
Nada (risos). A gente nunca pensa nisso. A gente pensa: vou só lá fazer o Pré-Exame. Expectativa demais faz mal (risos).

A ficha já caiu?
Não. Vai cair só lá no meio, depois que chamarem o meu nome.

O que passou na sua cabeça quando eles disseram o seu nome como uma das aprovadas?
Meu Deus, falaram o nome da Luísa. O quê? Esse aí foi o meu nome? (risos). Foi isso. Espera, falaram o meu nome? Sério mesmo? Esse é o meu nome, eu não sei o que está acontecendo. Aí eu só percebi mesmo que falaram o meu nome quando as pessoas começaram a me “agredir” de uma forma carinhosa (risos).

Dá pra descrever essa emoção?
Confusão, alegria, dever cumprido, parceria. Muita parceria.

Você escolheu o Luiz Henrique como examinador. Porque o Luiz?
Decisão difícil. Eu me sinto bem dançando com duas pessoas muito diferentes, que é o Luiz e o Dumond. Nossa, pra decidir isso foi um custo. Eu custei uns dois, três dias pra me decidir. Mas acabou que eu decidi muito por sintonia, por investimento, porque o Luiz sempre me ajudou muito, muito mesmo Foi um conjunto de fatores. O Lu era a pessoa mais sensata de se escolher, pode-se dizer assim. Além do que, ele sempre me apoiou demais e no Pré-Exame, eu senti um apoio muito grande vindo dele, o que me deu uma segurança ainda maior para escolhê-lo. 
 
 Foto: Reprodução / Facebook

E como estão sendo os treinos?
Muito hematoma, dorzinhas, baixa autoestima em alguns momentos, falando: ‘velho, porque eu passei? Que merda de dança é essa (risos)’. Mas no geral, está sendo muito bom, uma parceria muito gostosa de se ter. É muito gostoso estar ali com o Lu, treinando com ele e tendo o apoio dele. Acho que o principal é isso, uma felicidadezinha diferente.

Como foi a escolha do seu xote? O que te levou a escolhê-lo?
Inicialmente, eu tinha escolhido um xote. Só que aí vieram mais dois xotes na minha vida, e eu fiquei na dúvida. Só que eu me decidi pelo primeiro que eu tinha escolhido mesmo porque ele me descreve mais, tem mais a ver com o que eu gosto de mostrar. Eu consigo me portar melhor com ele e é uma música que tem tudo a ver com a minha pessoa, no geral. Escolhi esse xote por ser uma música que eu consigo brincar. Um xote que eu consigo aproveitar o que eu mais gosto de fazer na dança e poder colocar nele.

E o que você mais gosta de fazer na dança?
Charme em excesso (risos). Brincadeira. Eu gosto de brincar mesmo, eu gosto de fazer movimentos diferentes de perna, inventar em cima dos passos, brincar, rebolar, essas coisas todas. Eu gosto de brincar.


 Foto: Vinícius Teixeira

E o que está pensando para o passo aéreo? Um aéreo mais simples, mais complexo, mais impactante?
Eu não sei se ele é simples porque ele me deu alguns hematomas, mas ele é bem fluido. Durante a música, ele vai ficar mais fluido, mais interessante e é bem impactante. E ele foi o primeiro aéreo que eu e o Lu batemos o olho e concordamos: é esse. Tentamos uma vez pra ver se ia dar certo. E saiu de primeira a maior parte dele. Aí, a gente ficou ainda mais animado.

Como trabalhar a confiança pra fazer esse exame da Vermelha?
Não sei. Confiança nunca foi o meu forte, nunca fui muito confiante na minha dança, mas eu acho que é você confiar que você fez aquilo que você gostaria de ter feito, você confiar que o que poderia ser feito, você fez. É treinar, trabalhar sua dança, e pensar: se até hoje eu consegui fazer isso, na hora do exame eu vou conseguir fazer também porque eu vou dançar e não ficar pensando na avaliação.

Você consegue imaginar como será a emoção de estar lá no meio?
Não. Não sei. Não vai ser nada. Eu vou estar doida. Vou começar a chorar, porque eu choro demais, aí eu não vou ver nada, não vou ver ninguém, não vou entender nada, só vou escutar o nome do examinador e vou ficar perdida lá no meio (risos). E se eu conseguir, eu vou dançar, mas ainda não sei. Não sei o sentimento, mas acho que vou ficar muito nervosa, acho que vocês vão ver de longe a minha perna tremer, acho que vai ser isso (risos).

Você vai ter que fazer um show. Como você trabalha isso na sua cabeça?
Eu penso que vou dançar ali no meio (risos). A gente tem que trabalhar essa coisa de show durante o mês que a gente tem (depois do Pré-Exame). Lá na hora, eu quero pensar que estou dançando e curtindo a minha vida ali dentro. Eu sei que eu tenho que fazer um show. E essa é a parte que dá medo. Será que a gente vai fazer um show mesmo? Será que a gente vai conseguir agradar e ser tudo aquilo que as pessoas esperam da gente? Por isso que a gente não pensa nisso na hora de dançar, tá vendo?! (risos).

  Foto: Vinícius Teixeira


O que esse exame da Vermelha representa pra você?
O fechamento de um ciclo, a conquista de uma coisa que eu venho buscando há anos, um trabalho concluído, é muita coisa. É uma felicidade que eu vou conquistar, uma coisa que eu pensava há muito tempo em querer fazer, em querer estar lá, fazer parte daquilo que vai me fazer feliz. É uma conquista mesmo.

O que você pensa sobre as surpresas e homenagens que ocorrem nos exames da Vermelha?
Acho muito legal. Essa é a parte que vai me fazer chorar demais, dependendo do que for acontecer. Não imagino nada que possa vir. Sabe aquelas pessoas que não têm uma frase só? Uma frase típica dela, que não tem uma brincadeira típica? Então, eu não tenho muito dessas coisas com o povo não. Por isso, não faço a mínima ideia do que o pessoal vai fazer lá na hora, do que eles estão pensando. Não sei. Acho que será uma surpresa muito grande pra mim.


 Foto: Vinícius Teixeira

Qual a importância de receber essas surpresas pra quem está lá no meio?
A pessoa se sente parte da unidade, sente que as pessoas estão torcendo por ela. Você vê pessoas que são importantes e fizeram parte do seu ciclo dentro da escola te apoiando. São aquelas pessoas que sempre estiveram ali dançando com você e que agora estão torcendo por sua vitória, por sua conquista. Independentemente do que acontecer ali no meio, vão ter pessoas nos apoiando. Acho que essa é a parte mais importante das homenagens: o apoio daquelas pessoas que estão ao nosso redor, das pessoas que a gente tanto se importa e tanto trabalharam juntos pra chegar aonde a gente chegou até hoje. 

O que as pessoas podem esperar do seu exame?
Espera que eu não vou cair, esperar só isso. Estou trabalhando pra não ter um escorregão e cair de cara no chão (risos). Além disso, surpreendam-se. Porque se eu conseguir não cair, eu vou ficar muito feliz (risos).

Mas você tem uma carta na manga?
Ah... vamos ter surpresas. No meu xote mesmo, o pessoal não acredita que vai ser ele. O aéreo vai ser legal, vão ter algumas coisinhas a mais.

  Foto: Vinícius Teixeira

  
A responsabilidade é menor por estar fazendo o seu primeiro exame da Vermelha? É maior?
Acho que ela é menor. Por exemplo, é a primeira vez que você está se dispondo a estar na frente de um público muito grande, e que espera que você dê um show. Então, na minha cabeça, é muito natural você não conseguir dar tudo aquilo que você consegue normalmente. É natural você não dar um show. Diferentemente de uma pessoa que já se submeteu a isso. Ela já sabe qual é a sensação de estar ali no meio. A pessoa que já fez o exame tem aquela coisa de querer provar, de querer mostrar tudo que sabe por já ter feito o exame mais de uma vez. Acho que é um pouquinho mais pesado pra quem já fez o exame da Vermelha.

Porque você deseja ser uma Vermelha?
Pra provar que, apesar de ser diferente, de ter propostas diferentes de dança, eu também consigo estar no mesmo patamar das pessoas que são ótimas. Claro que eu não sou uma Juzinha da vida. Aquela menina é maravilhosa né?! Mas a gente consegue também. Apesar de não ser igual, de não dançar da mesma forma, de não usar as mesmas técnicas, a gente também é bom o suficiente pra estar ali. E a gente consegue estar ali. A gente consegue levar a nossa dança, a nossa representatividade para os outros. Acho que é o que mais me deixaria feliz. Querendo ou não, a minha dança é diferente da maioria das Vermelhas de hoje. E eu espero ser diferente, espero conseguir agregar coisas diferentes pra essa roda. Não sei se eu vou conseguir, mas é o que eu gostaria. Acho que é o que mais espero ao me tornar uma Vermelha. De poder agregar de formas diferentes.

Está confiante?
Estou. Meu examinador é ótimo, meu xote é ótimo, o aéreo está saindo. Até então, estou confiante, não sei lá na hora. Agora, neste momento, eu estou (risos).

                                                                 Foto: Vinícius Teixeira


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